As pessoas se vangloriam de tudo, menos de serem mentirosas. Mas, embora afirmemos desejar a verdade, o que normalmente fazemos é erguer uma cerca em torno da parte da verdade que queremos admitir, deixando o restante do lado de fora. Nossa época exacerbou esse velho problema humano, pois muitas das cercas que hoje se ergue não são pessoais, e sim ideológicas e políticas, projetadas não apenas para silenciar aquela voz incômoda que diz que estamos agindo mal, mas também para que muitas pessoas possam rejeitar, em massa, verdades muito fundamentais que não desejam reconhecer. Quando a ideologia, essa maligna paródia da religião, cria raízes na alma, é possível encontrar motivos para justificar qualquer coisa, e fazer com que os argumentos nos conduzam exatamente para onde desejamos ir. A busca da verdade, por sua vez, não é algo fácil: exige paciência e humildade, e coragem para que, uma vez encontrada, nós nos conformemos a ela em nossos atos. Anthony Esolen, este autor brilhante e vivaz, considerado por muitos um dos melhores escritores vivos, não tem pudores de destruir aqui vários ídolos contemporâneos: as principais mentiras do nosso tempo. Ele escreve não apenas para afirmar verdades fundamentais que as ideologias hoje querem negar e apagar da consciência humana, mas para lembrar, a todos nós, como a verdade opera, e como se deve buscá-la.